Esta história não é necessariamente de arrepiar, no sentido de terror, mas no
sentido do sobrenatural, do misterioso. É mais para refletir e para que não
digam que o sobrenatural não existe. Existe sim e provo a vocês através deste
relato.
Estávamos viajando para Belo Horizonte, eu e mais três amigos, passeando e
conhecendo cidadezinhas adjacentes curtindo cada momento da viajem. Estávamos
muito alegres conversando animadamente dentro do carro. Quando por volta de três
horas da tarde, ainda na estrada, um de nossos amigos que prefiro não dizer seu
nome, digamos que se chamava Renato, começou a chorar sem mais nem menos. E o
choro dele começou a ficar muito forte ao ponto de pararmos o carro na estrada e
descermos para ver se ele conseguia acalmar-se. E era um choro triste mesmo, mas
ele mesmo não conseguia dizer o porquê estava chorando. Perguntávamos se estava
sentindo alguma dor e ele dizia que não, a gente fazia de tudo para acalmar ele
e ele continuava a chorar compulsivamente. Soluçava do corpo todo tremer e as
lágrimas caiam copiosamente pelo seu rosto.
A gente abraçava ele. Pegava na mão dele para ver se conseguíamos acalmá-lo,
repartir um pouco da angústia que ele estava sentindo, mas era tudo em vão e ele
não sabia porque estava chorando. Era tão triste a gente ver ele chorar que
começamos a chorar também.
Depois de um bom tempo parados na estrada e massageando as costas dele e outro
amigo dando água que tínhamos trazido em uma garrafa que estava no carro, ele
foi se acalmando, mas não totalmente. Então, ainda muito preocupados com ele e
também meio chorosos, entramos no carro e fomos embora.
Quando chegamos em um hotel no qual estávamos hospedados eu liguei para minha
mãe para saber se ela tinha pego um documento importante para mim na casa de um
conhecido e ela disse que sim e que algo horrível havia acontecido com um amigo,
(digamos que seu nome era Rafael). Ele havia se matado naquele dia por volta de
três horas da tarde, se jogando da janela do apartamento e o Rafael era o seu
melhor amigo, este que teve a crise de choro por volta de três horas da tarde.
Eles eram quase que considerados irmãos, tamanha a afinidade. Foi muito triste.
Anônimo - Rio de Janeiro - RJ